A Educação da Vontade: Meditação

Como iniciar a educação da vontade para termos uma vida virtuosa e alcançar a felicidade verdadeira?

Este é o problema que vou tratar neste artigo, sucintamente, compartilhando um pouco do conhecimento disponível no livro O Ideal, A Educação E A Personalidade, por Pe. Leonel Franca, S. J.

Antes de atacar o problema mencionado anteriormente, devemos entender por qual razão buscar uma vida virtuosa. A resposta direta é para que sejamos realmente livres, e não escravos de nossas paixões, conforme apresentado no primeiro capítulo desta obra, que trata justamente sobre a liberdade, o livre-arbítrio e a racionalidade, demonstrando suas correlações.

Os filósofos gregos (Platão e Aristóteles, por exemplo) tem muitos escritos dedicados a esse assunto e por hora vou deixar essa resposta en passant, pois pretendo explorá-la com mais profundidade num outro artigo.

Além disso, note que esse combate é constante para a maioria das pessoas, devendo o indivíduo estar sempre em vigília, como comentei no Resumo: Tratado do Desânimo.

Pois bem, voltando ao assunto principal, o autor nos apresenta a prática da meditação como uma atividade de formação do caráter, transformando uma ideia-luz, obtida a partir do estudo (Insights do Didascalicon - Livro III), em ideia-força, capaz de nos mover efetivamente.

Os trechos a seguir ilustram esse conceito:

[…] As faculdades cognoscitivas não nos foram dadas senão para orientarmos, por ela, a nossa atividade. A ideia, portanto, ganha tanto mais em eficácia motriz quanto mais profundamente se integra na totalidade das nossas tendências psíquicas das quais depende imediatamente o nosso proceder.

[…]

A meditação, primeiro, intensifica todas as nossas energias interiores, e segundo permite-nos praticamente adaptar as nossas ações ao valor real e objetivo das coisas.

[…]

Meditar é recolher-se para refletir. A solidão foi sempre a pátria dos fortes. Mas há solidão e solidão. Há quem se isola para retemperar as suas forças e há quem se isola para dissipá-las.

— O Ideal, A Educação E A Personalidade, capítulo VII.